Guerra Civil e a Razão Prisional: uma análise foucaultiana

Samuel Medeiros Andreatta, Augusto Jobim do Amaral

Resumen


Este trabalho discorre sobre as categorias Guerra civil e razão prisional na obra foucaultiana. Os temas são trabalhados desde a perspectiva de abstrações dinâmicas, adquirindo significados táticos, temporalmente e espacialmente abertos. Propomos um novo ponto de emergência para o estabelecimento da guerra civil a partir do estudo foucaultiano sobre o direito germânico. Transversalmente exploramos as críticas sobre o trabalho de Hobbes quanto ao estabelecimento da guerra desde uma matriz produtiva. Demonstra-se que  a guerra hobbesiana fortalece o soberano, legitima a colonização e intenciona demonstrar que determinados espaços devem ser submetidos a uma razão punitiva  para pôr fim à guerra que estaria em vigor. Em segundo momento, como episódio da guerra civil, que forma a matriz posicional de lutas, destacamos um fenômeno trabalhado pelo desígnio razão prisional. A razão prisional é trabalhada desde o estudo de Foucault sobre a revolta dos nu-pieds e a correlata função preventiva às sedições atribuída ao sistema penal, assim como o processo heterogêneo de conjunção da moral com a proposta de utilitária. Deste modo buscamos expandir o olhar criminológico para ampliar as ferramentas de crítica do discurso punitivo.

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Revista de Filosofía y Teoría Política Contemporáneas

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